terça-feira, 30 de agosto de 2016

Esmola

Como o mendigo cego de Borges, antes de partir e levar na palma da mão as minhas últimas pedras, sem que também eu lhe tenha ouvido os passos ou me haja voltado para o ver perder-se ao alvorecer,  igualmente poderia ele ter dito:

– "Não sei qual é a tua esmola, mas a minha é espantosa. Ficas com os dias e as noites, com o siso, com os hábitos, com o mundo."

O preço, sei-o agora, foi bagatelar. 


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