O silêncio de muitos meses foi
quebrado sem palavras.
Na caixa de mensagens, uma
fotografia.
A fotografia de um hotel.
E mais nada.
Uma interrogação, uma confissão,
uma acusação?
A confissão de uma memória que é
em simultâneo a acusação por uma nostalgia.
Observo as portas de vidro do
hotel. Iguais ao que foram. O mesmo porteiro no mesmo chapéu bizarro. Talvez mais
velho. Com certeza mais velho. Adivinho as mesmas flores nas jarras de vidro
transparentes.
E depois, a sombra do fotógrafo
num passeio cheio de sol. Rodeada pelos pés da gente sem pressa. Podíamos ser nós,
aqueles de mãos dadas. Fomos nós, noutros tempos.
Num instante que não ficou congelado.
Que se perdeu para sempre.
A fotografia não é a memória de
um passado. É a acusação da falta de um presente.
Sigo, em silêncio, há já muito tempo.
ResponderEliminarHoje..., neste meu momento, o mais sincero "obrigada", parece injustamente pouco.
CAL, Volte sempre.
ResponderEliminar