e ilumina a face mais sombria do meu ser.
És o sol de inverno que do alto se alquebra
e os meus pés nus vem na manhã aquecer.
E és o vento sueste que faz das ondas mau caminho
e sopra aos meus ouvidos este imperfeito bolerinho.
És a porta e a praça da velha cidade a oriente
O jardim de laranjeiras que julgo ter sonhado
O lento render da tarde na lua que se pressente
O tigre, a górgona, o centauro, o cavalo alado.
e és a letra com que todas as estórias se escrevem
e és a pauta onde todas as notas de jazz fervem
E és a água, o vinho, o mel, a pimenta
O rasgo na carne, as veias abertas, o sangue
O travo do mar na minha boca sedenta
O sul para onde as aves partem
E o norte onde os rios nascem.