Expurgarás todos os resquícios da
Nitzshiana que há em ti. Deitarás ao lixo o teu lastro existencialista. Não
procurarás sinais de agouro nas asas dos corvos. Como Blimunda, nunca olharás
para ele em jejum. Aligeirarás o pragmatismo. Construirás uma casa e não um muro.
Terás um pouco de fé na humanidade. Não colecionarás reservas mentais. Não
traçarás a vermelho o gráfico das tuas fragilidades. Aprenderás a fazer bolos. Deixá-lo-ás
conduzir-te na dança. Tornar-te-ás uma pessoa melhor. Viverás um minuto de cada
vez.
Saberás que pode ser o último.