quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ode ao Desamor (parte I)

Ah,  a felicidade de não te amar.
O céu que se eleva na manhã.
Esse traço da liberdade nas penas de um pássaro anónimo.
Duas gotas de chuva sem história
A desfazerem-se na carne do pulso despido.
As ilimitadas impossibilidades do arco-íris.
O olhar esquecido que o espelho cumpriu.
Um cão vadio que escala a cerca de pedra.
A perspetiva do girassol para lá da sombra.
Acordes mudos num piano longínquo.
Três versos sobre a promessa de nenhum reencontro.
O lento crepúsculo nesta sala imóvel
Onde os objetos não sabem quem és.
Essoutro esboço de uma madrugada limpa.
Ah, a felicidade de não te amar.





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