quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Estação Pateta

O corpo foi abrutamente arrancado à estação pateta, mas temo que o espírito tenha ficado refém. Volvidos quase dez dias, o horário da maré ainda é a clepsidra dos instintos. O cérebro lentificou-se no  maravilhoso limiar da paralisação. É certo que consigo ler versos mas olho na direção dos livros com a mesma expressão entediada do mais embrutecido dos iliteratos. O firmamento ainda não se foi embora do tecto da minha varanda e consome-me demasiado tempo. Não formulo um pensamento enquanto o olho. 
Ouvi dizer que no mundo real há objetos que desabam. Sei que é aqui ao lado, mas parece-me infinitamente longe.

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