Trinta e cinco graus. Ainda.
Esqueci o chá de romã no congelador e quando regressei estava ultrapassado aquele ponto em que o chá gelado se transforma em gelado de chá.
O cão continua deitado no chão, onde o deixei, indiferente ao suborno do biscoito, desesperado por um pouco de frescura e a olhar para mim como se me responsabilizasse por este inferno.
Estando fora de questão suportar a praia debaixo deste calor, ocorreu-me que a coisa mais próxima que poderia fazer era comprar biquínis. Comprei muitos. Alguns com lantejoulas e pregadeiras. Não servem para a praia mas ficam muito bem no mosaico da sala. Único sítio onde eu e o cão conseguimos existir. Aqui deitados, lado a lado, responsabizando-nos mutuamente, ele pelo calor, eu pelas minhas dores nas costas.
Lá fora, numa varanda próxima, um rapaz canta o Nessun Dorma de Puccini. Desligo a música para o ouvir.
As gaivotas também não dormem já há várias noites.
Estão trinta e cinco graus e faltam oito dias para as férias grandes.
Daqui, do chão da sala, de onde vos escrevo, o mundo parece-me cada vez mais estranho.
aqui já falta pouco para chover :)
ResponderEliminarO meu reino por uma noite fria.
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ResponderEliminarCertamente o mundo parecerá muito mais fresco, daí do chão deitados no frio aparente do mosaico
Não tem estado calor aqui em cima :) hoje até esteve uma noite fria :)
Uma noite fria era o meu sonho de verão.
EliminarQuem me dera um dia entrar-me assim o Nessun Dorma de Puccini sem eu esperar, sem eu o pedir e cantado ao vivo! Até esses 35 graus gostaram, de certeza. :-) adoro o Nessum Dorma, até já o pus a tocar enquanto te escrevia este comentário.
ResponderEliminarDentro do género "turista italiano a cantar bêbado numa varanda" até cantava extraordinariamente bem.
EliminarEu tenho nortadas para troca
ResponderEliminarQuero. Aceito qualquer coisa abaixo dos 30 graus.
EliminarO frio do mosaico não te faz bem às costas!
ResponderEliminarBeijos, Cuca :)
Podias ter avisado umas horas antes!!!!!!!
Eliminar:))