quinta-feira, 2 de junho de 2016

Salvamentos

No linho da cama que balouça sobre a maré vimos a noite dissolver o dia. Estendes sobre os meus pés nus uma manta de constelações e, ao ouvido, contas-me estórias do oriente. 
Falas-me do jardim de laranjeiras, dos cavalos alados de um vizir e da princesa moura que se aprisionou nas ameias de um castelo longínquo. 
As gaivotas vêm abrigar-se na tua sombra lunar e eu sei, daquela forma como se sabem as coisas que são, que a minha adaga, esta noite, não será manchada pelo teu sangue. 




4 comentários:

  1. Pareceu-me ler aqui um prólogo para um quadro de Artemísia Gentileschi (figura fascinante, que pintava mulheres com adagas...)

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  2. Então, é assim que uma pirata dá as boas noites... (descansa Cuca, ainda não chegou a hora de eu partir.
    Amanhã, mostrar-te-ei o Lobo do Mar.)

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    1. Essa manobra do lobo do mar foi um golpe profundo. Eros me valha!!
      :)

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