Nada sei sobre a forma das nuvens
do céu da manhã em que me esqueci
de ti.
Posso presumir o roncar hesitante da máquina do café
a cair sobre um silêncio de baunilha,
O reflexo distraído de um rasto de pressa
nos espelhos anónimos,
O traço do lápis escuro com que risquei dos olhos
uma última insónia,
Todas as coisas que coabitaram a saudade
na indiferença do inquilino ingrato.
Mas nunca poderei reconstruir a forma das nuvens
da manhã em que me esqueci
de ti
e que é a amnésia inversa desse abraço
que a ignorância de ser o último irrelevou.
A culpa lastima a falta de lembrança que a inocência agradece.
Mas todos os céus são iguais quando na terra jaz sepultada a saudade.
é curioso... lembro-me do chão.
ResponderEliminarLembrar-me de olhar sempre para o céu...
Eliminar"Há ocasiões em que o arco prateado se revela
ResponderEliminarsobre o solo em múltiplos vestígios
que o observador displicente não reconhece"
JTM/ Nuvem
Obrigada, Teresa. É lindíssimo.
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