domingo, 14 de junho de 2015

Terror noturno

E era o terror do esquecimento que o fazia a ele ocupar-lhe a parte branca da mente, quando ela dormia. 

Sonhei contigo.

Escreverei sobre o último livro que recebi e de como viajou tantos quilómetros e de como será para sempre o meu último livro mesmo que ainda possa haver uma biblioteca inteira. Escolhe-se o último livro.
Escreverei sobre como se pode ultrapassar o tempo, vencendo-o, mantendo através dele a mesma proximidade com as mesmas pessoas e de como os amigos são as mais fidedignas testemunhas da nossa vida pelo simples facto de a fantasiarem muito pouco. Escolhem-se as testemunhas de nós.
Escreverei sobre o potencial assassino da música e a desonra cobarde que se resguarda na insídia da escolha de tão inocente arma, quando toda a gente sabe que as pessoas de bem, para matar, usam uma única e certeira bala. Escolhem-se as armas com que se morre.
Nada direi sobre a assombração que me assalta os sonhos.

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