desvaneceram-se o mundo,
esta praia, as paredes de casa e as coisas.
Ficámos pendurados numa das antenas do tempo,
sintonizados num dia tão antigo que se imagens
tivessem sido registadas já a celulose as teria roído.
Enquanto a música durou
calaram-se as vozes,
estes pássaros, os carros e as harpias.
Ficámos submersos no silêncio do fundo do mar,
onde uma baleia que já inexiste ainda trilhava
a corrente que nos abraçou os ombros.
Enquanto a música durou
esquecemos mil dias de esquecimento,
outros tantos rostos, o dobro das mãos e
ainda o mapa inacabado da reconquista das fronteiras.
O presente fez-se o pretérito futuro
das certezas de eternidade.
Perdida no tempo
primeiro centésimo de segundo,
a contar do último acorde.
Adoro!
ResponderEliminararm
Obrigada.
Eliminar:)