domingo, 27 de março de 2011

domingo

- é o rali de Portugal… - onde? - ai isso não sei… aquilo parecem as Beiras - o Guilherme e o Bernardo foram - mas vão sempre - o Bernardo não, não foi uns tempos, por causa da menina - ah pois - não, é Alentejo… - com aquela vegetação toda…? não pode ser… só se for mais cá para cima... - não que essa terra Santana-Não-Sei-Das-Quantas é das primeiras que se vê depois de se sair do Algarve - ai não pode ser… que estranho, tanta árvore - olha, passa-me a travessa - queres que te sirva? - o Alentejo não é o Sahara… e de onde pensas que vem a cortiça? - não, passa-me… e então as obras na casa do tio Belchior… aquilo nunca mais acaba… - ah, e agora é que vai durar, fase de acabamentos – toda a gente já sabe como é e aquilo ficou tudo esventrado, tudo - então mas e os tectos, aquilo eram tectos lindíssimos, tudo trabalhado - ah, agora fazem uns moldes, é um espectáculo, fazem uns moldes e quando refazem o tecto fica igualzinho ao que estava - ai sim? - ui haviam de ver o entusiasmo do Alexandre com aquilo tudo, estava muito entusiasmado… - como é que…? - Contralex (risos) - contra a lei, que nome mais parvo - então: é de construções Alexandre… (risos) - mas parece que têm que ter um alvará específico, para fazer restauros… - oh pai, mas isso só é preciso se forem monumentos ou... - não não, que eu sei que ele tem esse alvará, filho - acho que estás a confundir - estou-te a dizer… - ai eu tenho pena daquele rapaz, o Tomás - sim, é uma pena, é um tó-tó - a culpa é do pai! vai ser outra história como a da Teresinha - que acabou na desgraça que se vê… agora meteu-se na bebida, não a deixaram seguir filosofia, era a vida dela, a filosofia, a mania que ela fosse para o Conservatório, e depois ficou na Academia, mas que vida triste… - ai sim? não conheço… - ah pois foi! então não sabes quem é…? é a filha da D. Gilberta! foi tanto estudo, para nada, ficou na Academia e não fez nada da vida. vocês nem imaginam a figureta que ela fazia para atravessar a rua, vejam bem, atravessar a rua! parecia uma tolinha! - pois… o menino, ai menino, qual menino qual quê, que aquilo é um homem, ele está no 12,º ano, não teve infância… - é incrível, noutro dia fomos jantar lá a baixo, ficámos ao pé deles, estava a família toda, e o miúdo passou o tempo todo a contar anedotas sobre a União Soviética… que palhaçada - mas a culpa é do pai, que meteu na cabeça que ele ia ser um Nigel Kennedy - a mãe também se calou - a mãe…? oh coitada, tu bem sabes como ele é… - agora tudo que é concerto lá está o miúdo e francamente… - eles ficaram na direcção da Academia para poder exibir o miúdo, quase se mataram… - e é um virtuosismo que nem existe, eu não posso falar muito mas… - ai pois é, o miúdo não é assim tão bom , pois não… - noutro dia… - que dia? - quando estávamos a jantar e tu até disseste dos sinos, que estava a ser um exagero - ah pois foi… e já tinha 84 anos - o da Clara? já? - ah pois... mas tanta doença… sempre me lembro dele já doente - pois - mas porque é que tens que ir agora para Vale de Cambra? - porque é assim… - ai menina, que estupidez, ficavas em Espinho - eu bem queria… - já não basta o que andas a passar… agora para Vale de Cambra, aquilo Deus me livre - ...e fomos ontem - lá ao Porto? - sim, muito bom, um bocado caro mas… - ah mas vale a pena, de vez em quando - é, tem que ser - é ao pé do Ferreira Borges, num Palácio das Artes que nem sabia que existia… - é o mesmo do DOC, aquele no Douro, acho que é em Armamar - eh pá, muito bom mesmo - e cheio! não percebo onde esta a crise - andava a ligar desde 4.ª feira, tudo cheio, chegaram a perguntar-me se queria mesa para a uma da manhã… - é tem sido assim, ou ligas antes de 4.ª ou não tens hipótese - mas hoje vêm jantar lá a casa… - sim sim - queres que leve uma sobremesa? - raios partam a mudança da hora, detesto isto

2 comentários:

  1. Não é em Armamar, é na Folgosa! Já agora, o que faz aí o meu Mefisto? Beijo enorme*

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