O sofrimento como factor de edificação da alma é uma mentira tão velha quanto cruel.
A maior parte das genuinamente boas pessoas que conheci na vida tiveram existências absolutamente virgens de dor e contrariedade.
Em contrapartida, não me lembro de ter analisado nenhuma atitude monstruosa que não tivesse sido antecedida por um rol de desgraças.
O mal - de que o sofrimento é mera subespécie - é melhor catalisador na deformação do carácter do que na purificação da alma.
A mim, que nasci com a generosidade indexada ao nível de satisfação pessoal, nunca nenhum sofrimento produziu o efeito secundário de me tornar uma pessoa melhor.
E aviso já que, nem que seja apenas para demonstrar a minha tese, enquanto durar esta crise, tenciono manter-me o mais detestável de que for capaz.
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