não te esqueças. todas as noites.
tens que tornar a empurrar o barco de volta para a água.
e lutar contra esta lua nova que enche as vésperas de breu.
e lutar contra esta lua nova que enche as vésperas de breu.
não te esqueças.
o barco tem que desaparecer no mar, longe da vista da praia, antes que venha o crescente.
o barco tem que desaparecer no mar, longe da vista da praia, antes que venha o crescente.
cuida: bastará um ténue brilho para que se desenhe o carreiro de prata à superfície da água. é essa trilha de que o barco está à espera para voltar.
sente os pés descalços na areia gelada. movediça de engolir.
sente os pés descalços na areia gelada. movediça de engolir.
sente.
exausta. volta para cama.
já sabes que a próxima madrugada será igual.
exausta. volta para cama.
já sabes que a próxima madrugada será igual.
até conseguires que o barco desapareça.
as mãos gretadas do sal. o rosto seco do vento.
o peito pesado do esforço.
as mãos gretadas do sal. o rosto seco do vento.
o peito pesado do esforço.
para sempre.
para nada.
para nada.
magnífico.
ResponderEliminarpara tudo.
ResponderEliminarporque tudo é perfeito, numa maré de sizígia. de argento, esse tal carreiro de que fala.
para nada o esforço, que não se pode mandar embora aquilo que é tudo.
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