Fui princesa em Barcelona e usei a mais perfeita tiara cravada das pedras do amor. Senti na boca o pó do deserto e o frio amanhecer em Abu Simbel. Atirei a moeda na Fontana de Trevi sob o céus de Roma em fogo. E até já fui apenas eu nos escombros de um lar sem espelhos.
Mas a mais memorável passagem de ano, foi, sem dúvida, esse ponto máximo da decadência, em que, algures nos anos noventa, num apartamento de férias emprestado pela prima de uma patroa de uma tia de um amigo de um ex-namorado surfista, um cão comeu-me um livro de Raymond Carver e ninguém soube entender a minha tristeza.
A tristeza mais dolorosa é essa mesma: a que ninguém, senão nós, é capaz de entender.
ResponderEliminar(Pobres das almas iletradas, com a sensibilidade de um pedregulho)
Dizem que tristeza partilhada é tristeza dobrada, mas não me parece nada que seja verdade.
Eliminare o bicho ficou bem?
ResponderEliminarEra uma edição muito digerível e um cão com estômago de cabra.
Eliminaria gostar dos três...
EliminarDeste-lhe com um jornal enrolado no lombo?
ResponderEliminarEle há bichos que são demónios autênticos, safa!
:))
Não teria sido boa ideia. Eu não era a dona e o bicho era mais pesado do que eu.
EliminarO cachorro tinha fome ponto
ResponderEliminarE eu é mais gatos, ok?
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p.s. - piegas :p
p.p.s. - o Carver faria disto um conto versando o meu p.s. :p
Era um bom livro e um mau cão.
Eliminarnow tell me 'bout Carver, will ya? :)
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