Vigiou-lhe a janela durante crepúsculos a fio na esperança de um vislumbre de intimidade por entre portadas distraídas. Decorou-lhe os hábitos repetidos ao minuto. Forjou encontros com habilidade de assaltante. Construiu pontes com afinco de artesão de outros dias. Cozeu o pão e pescou o peixe. Deu-lhe músicas dos outros e como não chegassem criou-lhe as suas. Escreveu-lhe poemas. Pintou-lhe quadros. Decorou o céu de histórias e fabricou-lhe uma lua. Gastou nisto muitos dias.
Certa noite, a magia produziu os frutos de mil plantações. Encantado, viu-o dentro dos olhos dela.
Com alívio, pode, então, esquecê-la.
A partir de uma frase de Jorge Luis Borges, no conto Os Teólogos, do livro O Aleph:
"Há quem procure o amor de uma mulher para se esquecer dela, para não mais pensar nela;"
A partir de uma frase de Jorge Luis Borges, no conto Os Teólogos, do livro O Aleph:
"Há quem procure o amor de uma mulher para se esquecer dela, para não mais pensar nela;"
tenho essa página (38, na minha edição) dobrada :)
ResponderEliminar38. Confere. :)
EliminarSacrilégio! Dobrar uma página d'O Aleph!
EliminarBorges acharia muito bem.
Eliminar:)
Nenhuma das minhas quatro (?) edições do Aleph tem uma página dobrada! Nem uma! (Claro que ele acharia um sacrilégio, digo de um Ragnarök).
EliminarAs minhas duas edições estão riscadas e anotadas. Acho que é um dos maiores elogios que se pode fazer a um escritor.
Eliminarolha, eu não tenho nenhuma edição d'O Aleph..., mas se tivesse dobrava, ai se dobrava...
Eliminarpelo prazer da conquista...
ResponderEliminar(sinto-me um nabo quando falam de literatura, alguém quer sopa?)
(só se for de letras :b)
Eliminarque risada dei deste lado, ao ler o comentário!
um abraço a ambos.
Oh, aqui a literatura é só para disfarçar.
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