quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O Cântico do Homem


De lado
Vi o teu rosto pintado no tronco da palmeira
O sol negro nas tuas mãos
Então montei a minha saudade da palmeira
Trazia a noite num cesto, trazia a cidade às costas
E polvilhei-me à volta dos teus olhos, estudei
O meu rosto
E vi o teu rosto, havia nele a fome de uma criança
E esconjurei-o com fórmulas mágicas
E polvilhei- o com jasmim

Adónis, poeta sírio, possível vencedor do prémio Nobel Literatura, a anunciar amanhã.

4 comentários:

  1. Está errada “Cuca, a Pirata”!
    Este é finalmente o ano do homem que sobre pessoa se questiona “se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor”.
    Prepare-se para a festa!

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  2. «El espacio es un límite que se debilita,

    una ventana que se aleja,

    y el día son hilos

    que se cortan en mis pulmones

    y cosen el cielo,

    una piedra bajo mi cabeza,

    todo cuanto he dicho de mi vida y de su muerte

    se repite en su silencio.



    ¿Me contradigo? Es cierto,

    ahora soy semilla

    y ayer fui cosecha.

    Estoy entre el agua y el fuego,

    soy brasa y flor,

    sol y sombra,

    no soy señor.

    ¿Me contradigo? Es verdad...»


    DESIERTOS (Fragmentos) (traduzido por María Luisa Prieto)

    é maravilhoso.

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    1. É mesmo. "soy brasa y flor/ sol y sombra/ no soy senor".
      Que coisa tão boa.

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