O sol, nas esplanadas dos restaurantes junto à praia desta estância balnear abandonada onde cumpro o meu exílio, não nasce para todos com a mesma intensidade.
Por baixo das minhas três camisolas e casaco de inverno, contemplo invejosa o verão que chegou à mesa dos ingleses, onde se vive no cansaço de um tórrido agosto, daqueles de pés cheios de areia pousados em havaianas e camisolas de alças a exibir ombros que clamam pela intervenção urgente de um fenistil.
Talvez também eu pudesse saltar por cima dos próximos seis meses e deitar-me já em pleno agosto. E o que deixaria para trás? Seis luas cheias sobre a imensidão de um oceano tão igual em cada milha sua como cada um dos meus dias.
Ocorre-me que os ingleses, ao menos, têm um inverno para onde voltar.
Mas fogem dele como do inferno. Pense que os desinfelizes podem ser de Bristol, ou Birmingham, ou outras daquelas cidades inomináveis lá deles, sem préstimo de verão nem mérito de inverno.
ResponderEliminarObrigada. Já me sinto melhor. Bristol, no seu desolo, nem inverno digno desse nome terá.
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