Havia uma árvore com o meu nome nela inscrito mas o vento derrubou-a e os pássaros já lá não fazem ninho.
A casa esqueceu-me.
Ninguém sabe quem pintou o quadro pendurado na biblioteca e lavaram do chão da sala a nódoa de vinho.
O cais esqueceu-me.
Há um barco a mais nas noites de luar que já não dança com as ondas um tango de destino.
A praia esqueceu-me.
Mil grandes marés desfizeram o palácio de areia, promontório de estrelas onde perdemos o caminho.
Devolvo-te inocentes as ruas,
purificados os crepúsculos,
desinfetados os sonhos,
esquecidos todos os olhares.
E este meu silêncio
é o cumprir da música
na montanha;
na casa;
no cais;
na praia.
A paz que se levanta do tempo e que nos torna insignificantes.
Outra vez.
Uma outra vez
Mais.
Uma outra vez
Mais.
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