E então nós cobardes
que amávamos a noite
rumorosa, as casas,
os caminhos do rio,
as luzes vermelhas e sujas
daqueles lugares, a dor
mansa e calada—
arrancámos as mãos
da cadeia viva
e calámo-nos, mas o coração
sobressaltou-se de sangue,
e não houve mais doçura,
não houve mais abandono
ao caminho do rio—
agora livres, soubemos
que estávamos sozinhos e vivos.
Cesare Pavese, Trabalhar Cansa, Livros Cotovia
Ontem, com a minha brincadeira, estava a tentar ajudar-te a ganhar a guerra.
ResponderEliminarMas o essencial mantem-se: criar ou mostrar textos de outros autores. Há tanta coisa bela que deve ser partilhada.
Consegui arranjar o diário 'Ofício de viver', estou a ler, começo a perceber a sua dor.
É um livro cheio de poemas maravilhosos, não é?
EliminarÉ, e tem razão no que diz, muitos de nós somos Pavese pelo menos uma vez. o que nos distingue muitas vezes é como lidamos com o problema.
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