Fomos atravessando o deserto. A lonjura, medimo-la pela nossa pele moribunda, de poros sufocados de areia. Do cimo das dunas, cumprindo o ancestral saber dos magos, não olhámos nunca nem para trás nem para a frente. O passado foi já demasiado longe para que possamos regressar, o futuro será ainda uma miragem a poente. Fixámos o olhar rente aos pés, num presente de cansaço, sede e dormência.
E esperamos. Esperamos, apenas, que o desenho dos nossos trilhos volte a cruzar-nos. Que então se abra no deserto um mar azul.
já fui pra lá de tanto feliz em dunas... que aborrecimento o vento!
ResponderEliminarMas o vento faz as dunas. Devemos perdoar-lhe!
Eliminar