quarta-feira, 18 de maio de 2016

Chama-anjos

Levei comigo, para lho entregar, um chama-anjos avariado. 
Na primeira vez que lho quis dar, ainda a prata não tinha escurecido no contacto com o meu pescoço e não estava avariado. Nessa ocasião, devolveu-mo à palma da mão que fechou dentro das suas e disse-me que ficasse antes com ele, que não suportaria saber-me desanjada.
Desta vez fui eu que, no último instante, decidi não lho entregar. 
É evidente que, entre os dois, é a mim que um chama-anjos avariado faz mais falta. 

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