Só fingimos agradecer a inquietação, assim como se fosse a benção da ave que no último instante evita a morte de encontro aos fios da eletricidade ou de uma papoila que dobra o pescoço para que não se parta durante o ciclone que varre a seara infestada de malmequeres ou do gato que se equilibra nos dez centímetros do parapeito na janela do oitavo andar apenas para ver o mundo do cimo do medo.
Só fingimos agradecer a inquietação porque nunca soubemos viver de outra forma.
Se fossemos capazes entregaríamos de bom grado a asa à algema dourada de um chão aquecido por um forno de pão.
"do gato que se equilibra nos dez centímetros do parapeito na janela do oitavo andar apenas para ver o mundo do cimo do medo." Muito bom :)
ResponderEliminarBonito, bonito foi o erro ortográfico na palavra seara durante mais de 24 horas ...:)
ResponderEliminarObrigada.