Disseram-me que ele estava livre dos seus demónios.
E, embora soubesse não ser verdade, a frase perturbou-me da forma como nos perturba o chão da sala inclinado que esteve ali o tempo todo e nunca vimos realmente até que um dia chegamos a casa e, por qualquer razão, olhamos para aquilo e está lá e nunca mais deixamos de o ver.
Como se, afinal, a explicação nunca encontrada, as respostas não dadas, as motivações não compreendidas, confluíssem todas na simples existência de demónios. Os seus demónios.
E estava, assim, na expressão de outra pessoa, aquilo que os meus próprios demónios me impediram de perceber.
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