domingo, 30 de maio de 2010

Desmaterialização



Da janela da minha nova sala vejo o jardim, ao fundo a piscina e ainda mais ao longe, o mar a perder de vista.
Atrás de mim há uma divisão onde cerca de trinta caixotes por abrir escondem os restos de uma vida cheia de coisas.
Vou viver um ano a olhar para frente, como se nas minhas costas não existissem divisões inteiras ocupadas por caixotes selados.
Demasiado frágeis para despachar, demasiado valiosos para abandonar, demasiado pesados para abrir.

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