Da janela da minha nova sala vejo o jardim, ao fundo a piscina e ainda mais ao longe, o mar a perder de vista.
Atrás de mim há uma divisão onde cerca de trinta caixotes por abrir escondem os restos de uma vida cheia de coisas.
Vou viver um ano a olhar para frente, como se nas minhas costas não existissem divisões inteiras ocupadas por caixotes selados.
Demasiado frágeis para despachar, demasiado valiosos para abandonar, demasiado pesados para abrir.
Só precisarão de algum tempo sem ser olhados para adquirirem o estatuto de lixo.
ResponderEliminarTudo lixo, sim.
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