terça-feira, 13 de setembro de 2016

As lições de vida do facebook

Não basta anular as imagens. 
Se não apagares o facto que documentam, este permanecerá na memória do sistema. Então, será uma memória tão indistintamente partilhável como qualquer outra. E o sistema perguntar-te-á, num qualquer dia de menor atividade, se queres partilhar com mundo a memória do facto, agora devidamente acompanhada pelo quadrado em branco que é o correspetivo da imagem representativa que substitui a que apagaste.
A única coisa que, afinal, conseguiste destruir. 
Nessa altura, poderás ver um bonito coração vermelho; um verso do teu poeta preferido ou, pior ainda, uma frase que não seja falsa, fazer-se acompanhar pelo mais absurdo vazio. 
Se tiveres sorte, essa memória amputada de objeto parecer-te-á uma composição preferível à original. 

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