Aconteceu quando ninguém estava a ver. Esta linha na testa que se afundou uns milímetros. A rocha que se soltou e caiu na areia da praia. Uma maçã que se desprendeu da árvore e morreu em silêncio. O tapete de penas de gaivota com que o vento cobriu uma das esquinas da rua. As ervas que vieram habitar o ralo da varanda. O desvanecer do sorriso feito de celulose aprisionado numa moldura. A mancha de ferro que o marcador deixou na melhor página do livro. O esquecimento.
Todas estas coisas, que mudaram para sempre a face do mundo, aconteceram quando ninguém estava a ver.
– E o poema faz-se contra o tempo e a carne.
ResponderEliminaré como o espaço entre duas gotas de chuva...
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