Amanheceu lento e prateado, o dia. Aqui e lá, onde ficaram pendurados nas árvores fiapos de ilusão. Ramos feitos do mesmo algodão cor de rosa das amendoeiras que me povoam os sonhos. Nas noites em que adormeço sobre o lado do coração. Esta manhã as ruas estavam cheias de pessoas em passo preguiçoso na direção do mar. Os braços esquecidos sobre uma nuvem mais alva e eu lembrei-me de ti. Há uma praia que é a réplica de metade desta onde também se caminha assim. Como quem entra devagar na densidade do esquecimento.
Os teus pés enterrados na areia escura que trafiquei dentro dos bolsos. E que agora é combustível de uma ampulheta para sempre partida. A enganar-me as horas.
gosto de adiar pendentes como se eles nã fossem entraves no caminho... é muito bom o que escreves, um dia vou escrever assim :)
ResponderEliminar