quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Agosto

Por agora, aceitemos agosto. 
Os dias que findam ali na linha do horizonte. Depois das famílias abandonarem o areal e irem fazer aquilo que fazem as famílias em férias. Os esquadrões de gaivotas que fecham as praias. A primeira estrela de cada uma das noites. Os pés entregues à mansidão de uma onda. 
A fronteira sonâmbula de um mar sem lado de lá. 
Como quem acorda de uma sesta atribulada por um breve sonho que deve ter sido mau e se surpreende pelo anacrónico travo amargo na boca. 
Por agora, aceitemos essa doce panacéia que é agosto.

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