sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano 0 + 2

Deus – O que achaste deste ano?
Cuca – Are you talking to me? Are you talking to me? Are you talking to me?
Deus – Não foi um ano mau para ti…
Cuca – ai, ai…pressinto que vem aí o famoso termo de comparação “Job”…
Deus – Não sejas ridícula. Conseguiste passar o inverno inteiro sem um único ataque de psoríase palmoplantar, não morreu ninguém que te fizesse falta, venceste todos os desafios profissionais que te colocaste, entediaste-te menos que o ano passado, passaste a discordar de Nietzsche, ainda não enlouqueceste…
Cuca – Olha lá…tu tens um problema sério de low expectations, não tens?
Deus – Terás de reconhecer que o saldo foi positivo.
Cuca – Hum… foste para Deus porque tinhas negativas a matemática, foi?
Deus – Continuas insolente. Para castigo, no próximo ano continuarás no limbo da existência.
Cuca – És tão mal informado que nem sequer sabes que os teus procuradores já acabaram com essa coisa do limbo. E se desaparecesses daqui com a tua contabilidade aldrabada?
Deus – pronto, pronto, pousa lá a lata de enxofre…
Cuca – Ficas a saber, criatura incompetente, má e/ou impotente, que o ano só acaba quando eu decidir que acaba. Agora vai lá provocar os teus tsunamisinhos de reveillon e deixa-me tratar da minha vida. Se estivesse à tua espera haveria de ser bonito (… hum…psoríase, psoríase… agora os créditos da pomada manhosa que comprei em Marrocos também são dele, não?)

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