quinta-feira, 1 de março de 2018

Amon Ra

Sonhei que atravessava o deserto sob o sol do meio dia. É a hora em que o inferno engole as sombras e regurgita o desespero. Do horizonte, não veio miragem que aliviasse a sede. Éramos o sol, a areia e os meus pés nus.
A chuva da madrugada e da manhã e da tarde e do anoitecer não chegou para me salvar do destino.
Há um deserto intransponível que todas as noites me espera. Tem a languidez do cão que sabe que o dono virá.




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