Às vezes pergunto-me se eles sabem.
Que trago a alma para este palácio de candonga onde gasto os dias.
Que dentro das gavetas, por entre folhas sérias, há restos de flores secas a adornar cadáveres de cavalos marinhos.
Que dos seus dramas só anoto o início de um verso e guardo apenas a ruga da humanidade contida.
Que estou sempre descalça quando não me podem ver os pés.
Que marco as páginas dos livros deste mundo com memórias do outro, congeladas em celulose.
E que não uso relógio porque aprisionei o tempo.
Por associação de ideias, talvez por via dos Palácios da Mente, os de Simonides de Ceos, um grego, para quem tempo era Chronos, recordei-me de Kronos Quartet, e de uma quarteto de por eles tocado, o nº 3, de Glass (BSO Mishima). Fica bem aqui, parece-me.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=nNq6QcIWDB0
Boa noite, Cuca :)
Fica tão bem que poderia jurar ser banda sonora não oficial desse palácio.
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