sexta-feira, 20 de julho de 2018
Um rato
Na mesma semana desisti de duas coisas que queria fazer apenas para evitar a melancolia que me teriam provocado. Na verdade, desisti da primeira e fugi da segunda. Outras pessoas, mais benevolentes, fariam notar que a maturidade ensina a proteger-nos, a não enfiar os dedos nas tomadas, a recusar os joelhos esfolados. Mas eu não sou outras pessoas e não admito reivindicar para mim a benevolência que não gasto nos outros. Reconheço a cobardia quando a vejo assim de perto,
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,provalmente, mais perto do que possas crer, Cuca Laruca, e não se chama cobardia, e deixa os ratos em paz :)
ResponderEliminar(e sim, não és as outras pessoas, quase ninguém é :)
O que é que tu lhe chamas?
EliminarAs palavras importam.
não lhe chamaria cobardia, disso podes estar certa (e sei que o não és :)
Eliminarchamar-lhe-ia, talvez (sou mui fraca em opiniões), desistência. Quem lhe chamou fuga foste tu, mon amour, and i ain't believe you: talvez se trate de uma mutação da espécie conhecida por sofrimento, uma alimária mui comum e perigosa :)
(forget about the gralhas :)
ResponderEliminarNão é assim tão grave meter os dedos nas tomadas, desde que os interruptores diferenciais do quadro elétrico estejam a funcionar e tenham uma corrente nominal de funcionamento não superior a 30mA.
ResponderEliminarÉ certo que apesar de o risco não ser de extrema gravidade, não é procedimento recomendado, excepto a homens da electricidade com psicopatologias.
Abraço, Pirata! O conceito de férias, além da ausência do telemóvel, devia excluir a melancolia.
Enfiar os dedos na tomada sim, mas apenas com um engenheiro ao lado. :)
EliminarA melancolia tende a aproveitar-se do ócio.
não sei como aconteceu, se será algo para durar, mas só quando parei de me massacrar pela cobarde que sou,comecei a sentir alguma paz de espírito. e, afinal, alguém explica a diferença entre coragem e cobardia?
ResponderEliminar/não te perdoo essa associação roscofe da cobardia aos ratos. se não conheces, procura Firmin e ele te dirá :)/
O Firmim é um amigo especial e corajoso que conheci apenas há uns anos pela mão de uma pessoa que gosto muito de ler.
EliminarMas os ratos estão sempre a jeito para emparelhar com os cobardes.
A coragem é teres medo e ainda assim pontapeares o corpo para além da linha do pavor.
Eliminarmas como, se as coisas que me exigem mais coragem são precisamente aquelas onde tenho de andar devagar, não pisar, nunca pisar.
Eliminarcorrer, pontapear o corpo, é o caminho mais fácil, a fuga perfeita: em frente.
"A coragem é teres medo e ainda assim pontapeares o corpo para além da linha do pavor."
ResponderEliminar:)*
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(alembra-te que sou a gaja do kendo e sei reconhecê-lo)