sábado, 6 de novembro de 2010

Postal aberto ao Mak, o Mau





Querido Mak,


Um touro marreco; quatro cobardes pendurados em varandas (um deles vestido com um suspeito modelito muito Gaultier); um homem em perseguição aos tipos das varandas e uma velha amuada a assistir à cena, é de uma tal profundidade existencialista que não está ao alcance de qualquer um.
Felizmente para ti, eu li todos os livros daquele tipo dinamarquês cujo apelido acaba em gaard e consegui perceber que, através do postal que generosamente me enviaste, falas da angústia ontológica contida na libertação do viver em confronto com o ser.
Também não me passou despercebida a tua explicação do absurdo da existência através do non sense, o que, terás que concordar comigo, faz de ti um patafísico.
Para te agradecer o facto de me teres livrado de uma existência de trevas, procurei arduamente o postal mais feio alguma vez publicado na net.
Este não é o mais feio, mas é o mais assustador. Evoca um lânguido capuchinho vermelho decidido a tourear o lobo mau, num género “o mundo ao contrário” que acho que vai fazer o teu estilo.
Parabéns pela “iniciativa fantástica” que copiaria, não se desse o caso de ter amor ao dinheiro e crença na ingratidão humana.
Abracinho,
Cuca

5 comentários:

  1. O Mak não se serve do 28, pois não...?

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  2. Tu que tens sensibilidade para as coisas, não achas este postal horrível? repara bem no olhar dela...

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  3. Cuca, essa menina já deixou muitos lobos sem ceia...

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  4. Tem o olhar da cortiça.

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  5. Ora, não custou nada. Foi tão fácil como bater na criança que levava uma nota para comprar remédios para a avó doente e teve azar de parar à porta dos Correios, quando eu ia a passar.

    Em relação à retribuição da fealdade do meu postal, creio que para a igualar não basta apenas um capuchinho vermelho bucólico-serôdio...a não ser que trafique droga no cestinho.

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