quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em casa

E tu…? Tu, que dizes?
Eu? Digo que vivo contigo.



Um palhaço triste e uma bailarina velha.
Uma casa de jantar. Sombras de mogno que escorrem para o tecto.
Molduras de livros, de músicas, de pinturas. Aqueles, só capas. As outras, riscadas. Estas, sem vida.

Cheira a flores finadas pelos pés. A fruta passada. A linho guardado.

Loiça de salão. Prata de lei. Cristais checos.

Casca de ovo.

As fotografias. Cartazes de peças. Estiveram em cartaz por um momento só. O público, fiel, era sempre o mesmo. Agora, nem público.

Veludo alemão. Brocados. Tacos. Em espinha.
Luzes sem brilho. Pedras geladas.
Coisas que perderam o entusiasmo de tanto ouvir o vosso silêncio.


2 comentários: