Mas o que é gostar, perguntamos nós, entre o muito gostar e o nada gostar está o menos e o pouco, e não chega escrevê-lo para sabermos que partes de sim, de não e de talvez comporta tudo aquilo, seria preciso proferi-lo em voz alta, o ouvido capta a vibração última, capta sempre, e quando nos enganamos ou nos deixamos enganar é só porque não demos ao ouvido ouvidos suficientes.
José Saramago, in, História do Cerco de Lisboa, Porto Editora
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