Não sabíamos nem supúnhamos que a vida tivesse peso superior à densidade do ar, ainda que do ar húmido, idêntico ao que se respira no topo da montanha de onde dominámos o mundo.
Ficámos ainda muito tempo depois da guerra dos homens, espreitando-os do nosso jardim de laranjeiras, vendo-os dividir entre si os despojos do ódio e do amor. Não os compreendíamos nem os invejávamos. A imortalidade ainda não nos pesava nas asas.
Quando os Homens se rebelaram contra nós e empenharam a fé em troca da ilusão da liberdade, sobrevieram as trevas e regressámos às cavernas.
Incapazes de morrer, aprendemos, então, a aguardar.
Sabemos que uma manhã um deles há de sonhar-nos, fazendo-nos maiores, mais puros e mais loucos. Voltaremos a espreguiçar-nos ao sol, a atravessar os mares, a comandar os ventos e a desprezar os Homens.
"Haja ou não deuses, deles somos servos", quem o diz é um dos teus poetas subnutridos, Pirata.
ResponderEliminarUma frase tão bonita e eu tive de ir googlar para descobrir quem é o poeta subnutrido. :)
ResponderEliminar:)
Eliminarah, se todos começássemos pastores indolentes e acabássemos bravos piratas, esta bolinha azul a resvalar para o cinza estaria bem mais agradável.
ResponderEliminarTodos devíamos começar e acabar Piratas. Ser apenas Piratas.
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