domingo, 13 de fevereiro de 2011

conseguiu lembrar-se


ela não é de contar contos.

tenho nas pernas aquele formigueiro do entorpecimento, não sei se de tanto andar se de tanto não andar. e se eu descobrisse que não ando há anos? era como se não fosse nada porque quanto a isso já nada podia fazer.
é como a rinite.

não sou capaz d’escrever e resvalo. que pena, eu bem gostava descrever qualquer coisa de digno. mas eu sou de surrealismos foleiros de bairro.

e depois vem o espelhinho, aquele que não tenho em casa. não tenho mas ele faz-se convidado. muito educado, toca à campainha. é aquela visita de Domingo à tarde que ninguém espera muito menos quer. que não se pode ignorar porque já viu luz nas janelas. que traz presentes e doces para o lanche. doces enjoativos. e uma compota feita por ele. puta que pariu para ele. instala-se e só vai embora depois de me nausear o bastante. ódio de lágrimas.

acho que vou antes aderir ao tumblr.

a verdade é que.
há noites em que ela nem tem noção. do medo.


3 comentários:

  1. “Os instintos não são bons nem maus. São o que são.”

    Já ninguém estranhava aquelas letras, emolduradas por trás dele, o da bata cinza-tempo desbotada de tardes. Ninguém.

    Mas ganharam mais sentido as palavras quando, no caxilho daquele momento, o corpo tombava no balcão vermelho da cabeça. O metal quente ao lado e o furo paralelo a um lápis de orelha.

    Ela passou, parou, espreitou e pensou: puta que pariu os surrealismos foleiros de bairro.

    [noodles vampiriza mais umas ideias. entre o agradecido, o envergonhado e o traquinas]

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  2. então é assim que eu soo aos demais...

    erotismos de padeiro de bairro.
    tudo menos foleiro.

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