Deixemo-nos agora, meu amor: mas não
seja amargo desastre. Houve no passado,
muito luar a mais e auto-compaixão;
acabemos com isso: já como nunca é dado
agora ao sol audaz atravessar o céu
e nunca aos corações deram mais ganas
de serem livres contra mundos, florestas; eu
e tu não os detemos, nós somos as praganas
a ver o grão partir e é para outro uso.
E tem-se pena. Sempre se tem alguma.
mas não demos às vidas laço escuso,
como barcos ao vento, de luz molhada a crista,
desferram do estuário e cada um lá ruma:
separam-se acenando e perdem-se de vista.
Philip Larkin
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