Continuas a arrancar os dias ao
ritmo das notas do mesmo contra-baixo. A música colou-se aos teus batimentos
cardíacos e talvez morras quando as cordas da guitarra se partirem. Os pés
afogados pelas folhas de calendário que fazes cair, há muito que se esqueceram que
servem para andar. Giras cimentada na rotação perpétua de uma plataforma. Habitas
o espaço da própria ampulheta. Onde já nem o tempo conta.
E se não há marcas a giz nas
paredes cinzentas é porque isso ainda seria um sinal de esperança.
Dizem-te que o céu está a cair aos pedaços.
Acreditas, mas não te dás ao trabalho de levantar os olhos.
Além do mais, duvidas que deste lado do mundo também existam
estrelas.
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