Habituar-me-ei à felicidade.
Será azul a sombra do pássaro,
leve o rasto de cada ausência,
certo o pulso da emoção.
Não deixarei culturas microbióticas
subirem por tábuas de gavetas fechadas
nem procurarei os telhados inclinados
para neles estender a corda de funambulista
Não ouvirei os sussurros que o medo
que vem do chão, deposita à noite na almofada
nem lhe retirarei todas as espadas
para que com o seu fio não me corte.
Será sempre inteira a lua,
estreita a corda de todos os Nós,
aberta a mão que se entrega.
Habituar-me-ei à felicidade.
É uma habituação doce, essa, embora contenha alguma "estranheza" no percurso.
ResponderEliminarBeijo, Pirata :)
Doce, sem dúvida.
Eliminarando a distribuir poesia do meu amado, ó Capitã do coração partido!
ResponderEliminar«Não tenho medo nem esperança. De um hotel fora do destino, vejo uma praia negra e, longínquas, as grandes pálpebras de uma cidade cuja dor não me afecta. Venho do metileno e do amor; tive frio debaixo dos tubos da morte. Agora contemplo o mar. Não tenho medo nem esperança.»
Antonio Gamoneda, Livro do Frio
Porra! Isso até arrepia...
EliminarHá lá coisa melhor a que nos habituarmos.
ResponderEliminar~CC~
Não é tão fácil como dizem nos livros.
Eliminar:)
É de uma estranheza tamanha.
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