sexta-feira, 6 de setembro de 2013

o que ficou daquilo que (se) partiu

Não me lembro do toque das mãos de gigante sobre as minhas costas. Nem da respiração a diluir-se-me nas têmporas. Ou do tom da voz a embalar uma permanente cantiga. Não me lembro de nenhum brilho nos olhos quando afundados numa gargalhada.
Mas há um som que nunca esquecerei. 
Ouço-o parada nas filas de trânsito; deitada ao sol numa praia repleta; sentada em frente à secretária a sós com o silêncio; no meio da azáfama de um mercado de sábado. 
O som do avião que me trouxe de volta, no instante em que as rodas se separaram da pista.  

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