Um gelado no inverno
Querida compreende a minha ilusão
e pensa que sou um gelado no inverno
que doce cabeça vazia a alimentar
salas de espera com conversas
sentadas no disparate imobiliário
e tu vens lamber o meu juízo em ruínas
na margem onde se instala o lobo à espera de comer
uma das tuas bonecas de trapinhos sentimentais
oh que solidão formidável quando o quarto está cheio
e a cama composta de teias de aranha
porque o amor é uma lição que não se aprende
quando o coração é um balde de despejo inútil
e tu perdes a vida em troco da frontalidade
e a minha escrita vive destas mortes
vestidas para viver na ilusão
eu sei eu sei tu és a prendinha da consciência
para meninos de gostos integrais
e depois tanto barulho tanto barulho meu deus
deves estar louca ou apaixonada
pelas moscas que cantam no silêncio.
Poemas, Fernando Esteves Pinto
gostei muito, querida.
ResponderEliminarOlha quem cá está! Estava a ver que também tinha que postar um cartaz à tua procura! bjs.
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ResponderEliminaro cárcere não tem dado direito a dias livres.
Só para dizer que não me escapou a subtileza. És mesmo irritantemente esperta!
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