No livro que me foi emprestado, uma dedicatória manifesta o desejo imenso de ficar com ela para sempre. E informa que ele lhe pertence.
Não sei quem foi ela, se o livro nunca chegou a ser entregue à destinatária da dedicatória, ou se foi devolvido, espólio de inventários posteriores.
O desejo imenso não se cumpriu. Mas há declaraçoes de propriedade que sobrevivem à frustração das vontades.
Ocorreu-me que nunca saberemos, de facto, a quem pertencem as pessoas com quem partilhamos as noites.
É a diferença entre uma doação e um empréstimo.
Creio que é um pouco como diz a canção, pertencemos a nós próprios, nunca somos verdadeiramente de ninguém...
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