sábado, 8 de fevereiro de 2014
O triunfo da Estatística
Pedro Mexia, Aqui
O que é ter quarenta anos? Cada um sabe de si, de acordo com a sua biografia e feitio. Eu definiria os «quarenta anos» (tenho 41) como a idade em que a nossa vida vista de fora é igual à nossa vida vista de dentro. Não se trata de qualquer «transparência», que abomino. O que existe é uma tremenda previsibilidade, e uma distância que nasce da experiência. Nos últimos meses tentei esquecer-me disso, a espaços, mas não consegui: aos quarenta anos todos os medos correspondem a perigos, todas as suspeitas são fundadas, todas as ilusões são de facto fictícias, todas as impossibilidades inexequíveis, todas as fatalidades inevitáveis. Nenhuma surpresa, nenhum imponderável, nenhuma excepção à regra, o triunfo absoluto da lógica, do óbvio e até da estatística.
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