Aqui de onde vos escrevo, tal como todos os outros dias da semana, também os domingos são incrivelmente chatos.
Burilei um plano contra o enlouquecimento do qual faz parte a actividade física.
Só a insistente obsessão pelo cumprimento dos meus próprios planos – e também um estranho cheiro a queimado que bem podia significar que a sala tivesse ardido durante a noite – me fez levantar da cama hoje de manhã.
A intenção de correr na praia foi imediatamente anulada por uma inconveniente maré que engoliu o areal com o exclusivo intuito de me prejudicar. O plano subsidiário de tomar o pequeno-almoço em frente ao mar foi imediatamente destruído pelo facto de o dono do único café que reúne tais condições não ter nascido com a minha persistência no combate ao enlouquecimento e não se ter conseguido levantar da cama.
Desde que aqui cheguei já vários perderam o juízo. E constato com tristeza que é entre a malta da restauração que a depressão tem feito o maior número de vítimas, o que contribuiu para diminuir a minha qualidade de vida e aumentar proporcionalmente as minhas próprias dificuldades em manter a sanidade mental.
Na falta de alternativas, deprimi-me em frente a um porto onde duas ou três famílias ditas normais saiam com as suas embarcações de recreio para um dia de domingo. Depois fui-me deprimir de encontro a uma montanha, não sem antes ter deprimido amarguradamente atrás de umas lentas vacas que faziam o seu caminho na direcção de um novo pasto.
A ideia de as vacas terem uma vida mais animada do que a minha já que, pelo menos, a cada semana mudam-nas de sítio, quase me provocou um ataque de choro. Mas aqui, entre muitas outras coisas que me são proibidas, conta-se esse último reduto de liberdade humana que é apoiar a cabeça na palma da mão e chorar muito.
No final do dia a maré devolveu-me a praia.
Mas a promessa do novo dia estava transformada no cumprimento de outro dia requentado.
Burilei um plano contra o enlouquecimento do qual faz parte a actividade física.
Só a insistente obsessão pelo cumprimento dos meus próprios planos – e também um estranho cheiro a queimado que bem podia significar que a sala tivesse ardido durante a noite – me fez levantar da cama hoje de manhã.
A intenção de correr na praia foi imediatamente anulada por uma inconveniente maré que engoliu o areal com o exclusivo intuito de me prejudicar. O plano subsidiário de tomar o pequeno-almoço em frente ao mar foi imediatamente destruído pelo facto de o dono do único café que reúne tais condições não ter nascido com a minha persistência no combate ao enlouquecimento e não se ter conseguido levantar da cama.
Desde que aqui cheguei já vários perderam o juízo. E constato com tristeza que é entre a malta da restauração que a depressão tem feito o maior número de vítimas, o que contribuiu para diminuir a minha qualidade de vida e aumentar proporcionalmente as minhas próprias dificuldades em manter a sanidade mental.
Na falta de alternativas, deprimi-me em frente a um porto onde duas ou três famílias ditas normais saiam com as suas embarcações de recreio para um dia de domingo. Depois fui-me deprimir de encontro a uma montanha, não sem antes ter deprimido amarguradamente atrás de umas lentas vacas que faziam o seu caminho na direcção de um novo pasto.
A ideia de as vacas terem uma vida mais animada do que a minha já que, pelo menos, a cada semana mudam-nas de sítio, quase me provocou um ataque de choro. Mas aqui, entre muitas outras coisas que me são proibidas, conta-se esse último reduto de liberdade humana que é apoiar a cabeça na palma da mão e chorar muito.
No final do dia a maré devolveu-me a praia.
Mas a promessa do novo dia estava transformada no cumprimento de outro dia requentado.
Foi então que decidi voltar para casa e testar os meus limites com a audição insistente da Lacrimosa de Mozart.
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