As pérolas de quase todos os dias, muitas pérolas e de diferentes tamanhos, enleiam-se nas meias e no vison que lhe aqueceu o colo ao longo do dia. E que lho protegeu dos olhares, cobiçosos dos homens da faina, e ávidos das mulheres sedentas de coisas bonitas.
Indecisas entre a madeira do pavimento e o veludo da coberta da cama, para onde atirou o corpo moído da dressage da tarde, as pérolas balançam na cadência das ondas que se desfazem lá fora.
A própria se desfez de todas as coisas que trazia em si nesse dia. E tristemente o fez, na certeza de que nenhuma desordem da alma, ou de outra natureza, lhe trariam inquietação, também nessa noite.
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