quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Elogio do esquecimento

Para a maior parte das angústias há pelo menos uma solução possível. Para as outras, criou-se o esquecimento. Um manto pesado e escuro, tecido pelas linhas do tempo, com o qual numa certa manhã acordamos vestidos. Um dia, a pele desmemoria-se pela ação do tempo. E depois podemos dizer, como Borges, "A meta é o esquecimento. Eu cheguei antes." 
Também não nos lembraremos de verificar a integridade da fita que assinala a meta. 
Já não interessa. É a verdadeira glória do esquecimento sincero.

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