domingo, 20 de julho de 2014

Este é o degrau onde tropeça a melancolia




Estas são as minhas veias cruas,
disfarçadas na seda debruada do vestido
que roubei numa loja de Paris.

Estes são os meus ossos transparentes,
algemados nas asas de um sepulcro profundo
de chão de veludo-brocardo e cristais.

Trocava-os pela efemeridade de ser o fio de vento
que abraça os ombros ressequidos de sol
do Pirata
adormecido sobre as pedras da praia,
entre a onda que nasce e a que morre.

Onde as estrelas do mar dançam
a dança que embala o esquecimento
E o vento se deixa naufragar.

Este é o degrau onde tropeça a melancolia
de uma manhã que demasiado tarde e em vão se eleva
num céu de perfeito algodão doce.




2 comentários:

  1. Onde as estrelas do mar dançam
    a dança que embala o esquecimento
    E o vento se deixa naufragar

    Lindo

    Bejinho

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  2. Um céu de algodão doce só pode encimar algo perfeito! :)

    Beijinhos Marianos, Cuca! :)

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