quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sepúlveda envia-me recados sobre o meu exílio

"Exila-se o que apenas conheceu um dos lados da medalha e que leva os seus erros para além de onde os aprendeu, mas o que atravessou todo o túnel descobrindo que os dois extremos são escuros deixa-se ficar preso, colado como uma mosca à fita impregnada de mel. A luz não existia. Não foi mais que uma invenção acalorada, e a claridade ortopédica do lugar que habitas diz-te que vives num território sem saída e que cada ano que passa, em vez de te entregar serenidade, sabedoria, astúcia, para tentar a fuga se transforma em mais um elo da corrente que te amarra. E podes movimentar-te, ou acreditar que sim, avançar em qualquer direção, mas as fronteiras ir-se-ão também afastando em progressão geométrica ao comprimento dos teus passos".

In, Nome de Toureiro, Luís Sepúlveda, Porto Editora.


2 comentários:

  1. Queira o Piedoso e Misericordioso que Sepúlveda não seja sinónimo de Nostradamus....

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    1. Consta que as profecias não se concretizam se não acreditarmos nelas...

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